A Confidente

    
    Confidente como o próprio nome induz é a que guarda consigo confidências ditas por outra pessoa.  E era isso que ela era dele, a confidente. Ele contava todas as angústias e aflições, todos as decepções e vislumbres amorosos,  o queo havia feito rir... ela o conhecia como nenhuma outra pessoa o conhecia; ela o via além do que as pessoas o julgavam, ela o conhecia verdadeiramente, conhecia os segredos.

    Ser confidente é um presente de grego, é o pecado e a dádiva.  Ela é a pessoa que ele mais confia e que pede ajuda, e isso a deixa feliz, em ser o ombro “amigo”... mas é aí que reside o problema, pois  a felicidade e a infelicidade andam juntas..   ela acaba sendo o ombro “amigo” de alguém que não queria ser uma amiga, pelo contrário, queria ser mais que uma amiga.

    E  não sabe o que fazer. Tem medo de falar o que sente e não ser correspondida e assim ele se afastar dela; tem medo de o perder, e se consola em ser a confidente, embora não queira ser, embora sonhe no dia em que os dois estarão juntos, se beijando e amando, e ela será não a amiga confidente, mas a namorada confidente.

    A confidente é como uma bomba. Não sabe quanto tempo irá carregar esse sentimento tão forte e poderoso dentro de si, e pode explodir, só não sabe quando.. e quando explodir o resultado pode ser dramático, ou, como sonha, ela pode atingir o que quer, o que sonha... como é ruim ser a confidente e amar, é morrer um pouco cada dia que o vê mas se contentar em o ver, em o escutar, em se fazer confiar. Ele a fez  estar assim, mesmo ingenuamente e sem querer, a deixou apaixonada.

   Ele é culpado ou inocente? Pobre confidente.

A.L.